O deputado estadual Raimundo Cutrim (PSD), se defendeu das suspeitas
levantadas sobre ele, como mandante da execução do jornalista Décio Sá,
após a divulgação na íntegra do depoimento do executor Jhonatan Silva,
publicado na internet, nesta quinta-feira (21).
“Eu ainda não li esse documento, tomei conhecimento de um trecho pela
minha assessoria, e fiquei espantado. Quem conhece o meu trabalho sabe
que por onde eu andei eu sempre procurei pautar o meu trabalho dentro da
lei, o que eu quero é que a polícia apure isso. Eu tenho minhas
diferenças com o secretário, isso é público e notório, mas conheço todos
os policiais e sei que são competentes. O indiciado disse e cabe à
polícia esclarecer. Não se pode jogar na parede: ‘foi fulano de tal’.
Não se pode dizer ‘fulano matou’, sem provas. Eu disponibilizo meu
sigilo telefônico e bancário, sou a pessoa mais interessada em
esclarecer os fatos, sou um homem que tem a vida limpa e a verdade
aparecerá no final”, afirmou o parlamentar.
Contudo, em entrevista à Rádio Mirante AM, Cutrim admitiu conhecer
José Raimundo Sales Charles Jr., o Júnior Bolinha, um dos principais
envolvidos na morte do jornalista Décio Sá. “Conheci ele ano passado, eu
tava precisando de arrumar os açudes do meu sítio, eu aluguei máquinas
dele, não tinha nenhuma ligação com ele, depois dessa coisa do sítio eu
ligava pra ele, sempre muito profissional, sempre falando de barro,
areia, mas se limitava a isso (…) Foi uma amizade que apenas tratou de
assuntos bem profissionais, somente isso”, garantiu.
Raimundo Cutrim foi enfático ao se defender das acusações de que
seria um dos mandantes da morte do jornalista. “Primeiro eu tinha um bom
relacionamento com ele. Eu nem sou de ler blog. Eu não tenho tempo pra
estar navegando na internet, chego em casa meia noite. De que eu vou me
defender? Quem não deve não teme, o Cutrim não deve nada a ninguém,
quero que as pessoas me respeitem. Jamais. É só a polícia investigar.
Tenho uma ligação muito forte com o Maranhão”, argumentou.
Sobre as investigações e mais um vazamento de informações na
internet, o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes,
disse ao G1, que a polícia mantém o sigilo no caso do jornalista Décio
Sá. “É óbvio que advogados dos suspeitos tiveram acesso ao material. Por
isso, não temos porque investigar, já que as informações publicadas na
internet não partiram da polícia. Nós continuamos, nessa etapa da
investigação, com o sigilo, fundamental para o êxito do trabalho já
iniciado por nós”, afirmou.
Em nota, a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Maranhão (CGJ-MA),
por meio de sua assessoria, disse que “não se pronunciará sobre a
publicação do depoimento do suspeito de executar o jornalista Décio Sá e
que o depoimento é um documento que faz parte do inquérito policial, de
responsabilidade da Secretaria de Estado de Segurança Pública”.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Caso Décio gera crise entre MP e Secretaria de Segurança
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